Sem perspectiva de ser tocador de obras, Lula vai levar governo falando da paz mundial

Essa é a realidade do Brasil atual que se movimenta pelo Instagram, TikTok e agora pelo Koo. E que chama o Facebook e Twitter de coisa de velho, só se comunica pelo WhatsApp, ver filmes no YouTuber e procura emprego no LinkedIn.

O presidente Lula decidiu propor a paz mundial. Tipo aquela resposta clássica de miss antes do concurso sobre o que espera para o futuro do mundo. Lula chegou a propor a criação de um grupo para discutir os grandes conflitos belicos, o que já existe desde 24 de outubro de 1945, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos e atende pela sigla de ONU.

Não é coisa de Pollyana Moça, a personagem central do livro lançado pela norte-americana Eleanor H. Porter, em 1915. Lula se move por interesses imediatos e calculados embora possa parecer que está tentado se colocar como um líder mundial, o que realmente é, embora não com importância que avalia sua autoestima.

E Lula, efetivamente gosta de se colocar como um figura global, cuja primeira eleição, em 2003, lhe abriu as portas despertado pelo fato de ser o primeiro presidente do Brasil de origem operária. A diferença é que a admiração do mundo “o cara”, como a ele se referiu Brack Obama, já não é a mesma e sua biografia internacional que ganhou o porém da Lava Jato.

Se ele pudesse passava uma semana nos Estados Unidos dando entrevistas a quem lhe pedisse sempre naquele formato de uma lareira ao fundo, sentado e com os entrevistadores fazendo perguntas previsíveis. E mais ainda em organismos multilaterais.

Mas o mundo mudou, o Brasil mudou e sua tentativa de reinserção na lista de líderes mais importantes só está sendo facilitada pelo desastre produzido por Jair Bolsonaro que ele utiliza para se apresentar mundialmente especialmente depois do 8 de janeiro.

Isso é importante. Mas a dificuldade de Lula é quando volta para casa sabendo que que, até junho, poderá apenas conversar, conversar e conversar. Prometer estudar o caso, criar grupos de trabalho, instalar conselhos fóruns e arranjar confusão com o mercado financeiro, o presidente do Banco Central e propor mudanças (sem qualquer fundamento teórico), das regras internacionais que regem o mundo do dinheiro.

Infelizmente Lula foi longe demais nas promessas feitas no tom afirmativo o que dá seus eleitores a condição de cobrar. Passou a ideia que em janeiro resolveria tudo. Temas como atualização da tabela do imposte de renda, pagamento de R$ 150, por filho de seis anos, das famílias inscritas no Auxilio Brasil, construção de habitações populares, retomada das obras paradas e ampliação dos investimentos sociais não podem ser retomados, pelo menos, até junho.

Isso se deve ao desastre da administração Bolsonaro que hoje desperta uma enorme curiosidade de estudiosos e futuristas sobre como seria a administração de um segundo governo liderado por ele?

Mas Bolsonaro perdeu e Lula ganhou o direito de corrigir os seus equívocos, inclusive, na agenda global como a ambiental, o pagamento das contribuições nas mensalidades dos órgão multilaterais e agora, na questão dos ianomanis que, de tão assustadora e cruel, travou as ações que a bancada conservadora planejava iniciar no Congresso.

Para completar, o 8 de janeiro carimbou na lapela de todos eles a mancha de golpista embora não tenham estado no meio daquela aventura, ao menos até agora.

O ataque de 8 de janeiro deu a Lula um prestígio global que ele sequer imaginava, o recolocou como voz da Democracia na América, mas o dia-a-dia o condena a usar sua capacidade de conversar e ir levando uma vidinha mais ou menos.

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