Pais, responsáveis e professores devem prestar atenção principalmente às questões da aprendizagem e interação social
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição extremamente complexa que atinge a interação social, comunicação, interesses e comportamento em crianças e adultos. Para garantir que cada pessoa com autismo receba os cuidados e suporte corretos ao longo da vida, é fundamental que a condição seja diagnosticada o mais cedo possível.
Algumas vezes, o TEA pode ser identificado aos 18 meses ou menos. Aos 2 anos, um diagnóstico feito por um profissional experiente pode ser considerado muito confiável. Entretanto, muitas crianças não recebem um diagnóstico final até muito mais velhas. Algumas pessoas não são diagnosticadas até serem adolescentes ou adultos. Esse atraso significa que as crianças com TEA podem não receber a ajuda precoce de que precisam.
De acordo com a Psicopedagoga da Clínica Ninho, Suelma Santos, quando as crianças com TEA se tornam adolescentes e jovens adultos, elas podem apresentar dificuldades de relacionamentos como: manter amizades, dialogar com os colegas e adultos além de não compreender quais comportamentos são esperados na escola ou no trabalho.
“Os pais, responsáveis e professores devem prestar atenção principalmente às questões da aprendizagem e interação social. Esses pontos são determinantes para o diagnóstico precoce do transtorno. Descobrir o autismo logo na infância ajuda a criança a ter um acompanhamento adequado. No diagnóstico, não deve haver precipitação. Ele deve ser realizado com calma e atenção e, se possível, já com a criança terapia”, aponta Suelma.
Os primeiros sinais de TEA podem incluir: Evitar contato visual; Ter pouco interesse em outras crianças ou cuidadores; apresentação de linguagem limitada ou ficar estressado por pequenas mudanças na rotina.
Ainda de acordo com a Psicopedagoga, monitorar, rastrear, avaliar e diagnosticar crianças com TEA, ou suspeita, o mais cedo possível é importante para garantir que as crianças recebam os serviços e apoios necessários para atingir todo o seu potencial.
“Todo diagnóstico na infância é muito complicado, pois envolve uma carga emocional e sofrimento para toda a família, mas é preciso lembrar que não precisa ser uma sentença. Devem ser rotas, um caminho para guiar a família e os profissionais que acompanham a criança para se chegar a uma melhor qualidade de vida”, Explica.
Diagnóstico tardio
Os sintomas do autismo em adultos normalmente ficam mais evidentes nas áreas da interação e comunicação social do que no desenvolvimento cognitivo propriamente dito.
“O diagnóstico tardio pode trazer prejuízos como a falta da possibilidade de aumentar a capacidade da pessoa em interagir socialmente, aprender coisas novas e também nas relações familiares. Há muitos casos em que ocorre um desgaste, um sofrimento porque algumas pessoas não entendem alguns comportamentos”, finaliza Suelma Santos.